SOLIDÃO

Acordei cedo naquela quinta-feira de Maio. Não me recordo a data mas chovia forte e parecia ser mais cedo do que as horas marcavam. Não pude evitar um café quente na minha xícara "I love new york", mesmo nunca tendo ido a essa cidade, gostava daquela xícara, talvez por que nela havia o não verbal, um coração para love...

Coloquei meu casaco cinza e me olhando no espelho me achei lindo pois o meu cabelo estava perfeito e minha pele sem espinhas ou marcas delas. O café já estava acabando e o açúcar ainda cristalizado na minha língua se dissolveram, sorri.

Sentado esperei o computador inciar. Só havia duas luzes na sala escura, a do monitor e a dos meus olhos. Errei minha senha duas vezes, coisa que não acontece com frequência pois tenho uma ótima digitação e memoria de elefante. Procurei nos contatos e achei aquele sorriso que seduzia e afastava. Não Rodrigo! Não! Não dá para você!

Degustar a solidão me faz valorizar os momentos com os amigos e com os "amores", ou amantes, isso por que tenho certeza de que nunca amei ninguém. Nunca vivi isso e nem sei o que falar sobre o amor, nem gosto de pronunciar essa palavra embora saiba dos seus vários significados e relações.

Não posso mandar mensagens pois a replica seria um "td" ou "vou bem" como sempre fez. Não há interesse em me descobrir ou em ouvir minha voz, nem em me ver. E só posso ter noção disso nos momentos de solidão.

A solidão liberta, aumenta nossa capacidade de analisar o campo, o cheiro, as replicas e repensar ainda mais no que dizer na treplica. Acho que estou numa escola as vezes, pois cada vez mais que me relaciono aprendo que o que fiz foi errado, e quando penso que estou indo certo...mais um erro.

Há...A solidão...Grande companheira que me sufoca e me liberta....Me diga, estou no caminho certo? 

O apego e a carência deveriam ser extintas ou desprogramadas como um software de computador. Seria como os homens atuais. Abertos para o sexo fechados para o...Solidão.