sábado, 7 de junho de 2014

QUANDO UM PAI ABORTA UM FILHO


Lembro-me como se fosse hoje de um debate na escola onde o tema discutido era aborto. Quando se tem 17 anos, nossa pouca vivencia nos influencia a ter uma percepção limitada. Não quero entrar no tema do papel da mulher ao decorrer da história, mas bem sabemos que ser mulher na antiguidade era sinônimo de uma triste condição.

Debatíamos sobre quando uma mulher engravida sem planejamento, e o aborto é tido como uma opção para livrar-se do que muitas vezes é tido como um "problema". Maristela, professora de biologia que conduzia a pauta, falava com clareza sobre o direito da mulher em optar pelo o aborto em caso de estrupo, como um direito civil que protege o psicológico da vítima.


Na época eu fazia parte de um grupo jovem católico liderado por um convento de freiras. JUGMA era o nome do grupo que se reunia todos os finais de semana para debater temais sociais e a inclusão da religião nesses temas. Confesso que estar em meio a uma atmosfera religiosa foi crucial para minha opinião naquele debate que foi a seguinte:

- Mesmo que uma mulher fosse estuprada, ou o feto tivesse problemas e se a gravidez fosse de risco, NUNCA SE DEVE ABORTAR, POIS SE TRATA DE UM VIDA DADA POR DEUS, E ELE SABE O QUE FAZ.

O Debate foi intenso e durou quase toda manhã, com direito a replicas e tréplicas. Hoje minha visão mudou, pois o acesso aos diferentes olhares e empatia com a condição feminina trouxeram consigo um Rodrigo racional.



De acordo com a constituição brasileira a vida se inicia na fecundação do espermatozoide no óvulo, passando, a partir desse momento, a garantir ao embrião todos os direitos civis.Um dos argumentos pró-escolha para criticar a constituição é de que a vida do indivíduo não começa na fecundação, e de que esse apenas deveria ter direito civis, depois da formação do ser humano propriamente dito.

Segundo entendimento mais recente, existe aborto apenas a partir do décimo quarto dia de gestação, pois antes deste período ainda não há vida, apenas mera expectativa. Ora não sabemos que o espermatozoide é uma unidade viva? E as células não são viva? Ate os vírus são considerados seres vivos por alguns cientistas.

Podemos perceber que existe muitas interpretações para a origem da vida humana a partir de um corpo ja preexistente. Infelizmente essas diferenças são determinadas a parti da visão de cada individuo e esse empasse está longe de chegar ao fim.



Vamos levar em consideração que a maioria dos abortos crimes que ocorrem no Brasil, são na sua grande maioria feitos por mulheres pobres nas condições piores possíveis. Mas vamos olhar por um lado pouco explorado, o lado homem. Sim, por que não? Não se engravida sem uma presença masculina não é verdade? Por que sempre a mulher é dita com a culpada pelo abora, não que eu esteja eufemizando o fato de uma mulher praticar o aborto dentro de um relacionando, mas por que não levarmos em consideração que antes da mulher abortar o homem já sumiu. Nesse sentido quem abortou primeiro? E quando ele se masturba e derrama o esperma não está provocando um aborto? 

Essas perguntas são raramente feitas pois estamos falando do sexo forte, do que nunca erra, do homem! Por trás de toda perseguição social em cima da mulher se esconde o machismo. Sou contra o aborta quando falamos de um relacionamento concedido pelos dois sexos, mas a favor em caso de riscos e estupro, pois o corpo é da mulher, ela decide fazer com ele o que quiser, é uma liberdade! O aborto não é simplesmente uma retirada de um feto, mas é o abandono, a exclusão que muitas vezes vem primeiramente do pai.

Espero que tenham gostado desse assunto tão polemico e não deixe de dar sua opinião, Beijo meninos e meninas.



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